Texto de opinião de Salvador Rocha traz o tema 'o ato de votar consciente'

Leia a seguir texto do cidadão cristino-castrense Salvador Alves Rocha, estudante de Direito.
O ato de votar é um ato de extrema responsabilidade. O ideal é que se vote em propostas, no entanto, também se vota em pessoas.
Mas a responsabilidade não é só de quem é votado, antes, ela é principalmente daquele que vota.

É necessário conhecer os candidatos num nível pessoal.

Mas aí se impõe uma dificuldade. Como conhecer alguém que nunca se viu pessoalmente e nunca dialogou tete à tete com você? É para isso que a campanha eleitoral serve. Nela, não se deve buscar o que o candidato diz de modo ensaiado e previamente calculado pelos marqueteiros, deve-se antes buscar suas reações às críticas, às adversidades, como se comporta quanto contrariado na sua fala ou quando ele se encontra diante de algo ou alguém que represente o oposto da sua ideologia. Busca-se aquilo que ele quer esconder e não o que ele quer mostrar.

Mesmo difícil é possível - justamente por esses meios - conhecer um pouco do perfil do candidato que está longe e com isso fazer uma escolha minimamente consciente.

Pratico isso nas minhas decisões de voto. Por isso afirmo, se tiver um voto consciente é o meu. Pedantismo? Pode ser. Mas é verdade. Calculo bem minhas decisões de voto e durante isso concluo que quase nunca concordamos com todas as propostas e/ou atitudes dos candidatos em que votamos. O que se faz é escolher num exame de consciência o que que o País, Estado ou Município mais precisa naquele momento, e quem melhor representa a satisfação dessa necessidade.
Eis a receita que tenho para um voto consciente.
No entanto, é preciso que se diga, nem sempre, o voto consciente é acertado.

Mas se um voto consciente pode muitas vezes não ser o correto, o que se dirá do voto inconsciente?
Se daquele paira a dúvida de que possa ser certo ou errado, sobre este último – o inconsciente – só se tem uma certeza: ele é errado.

Chamo de voto inconsciente àquele tirado dos cantos mais obscuros da psiquê humana. O voto de despeito, o voto de inveja, o voto interesseiro, o voto tirado do medo, o voto sem liberdade de sonhar, em suma, o voto que tem amarras – o voto de cabresto (Cabresto porque dado por um burro).

Por que votei na Marina? Simples. Ela traz à discussão algo que, pela minha experiência de vida e argutas observações do espaço que convivo, está se tornando calamitosamente necessário ser visto com a sincera gravidade que o problema se nos apresenta: a sustentabilidade dos recursos naturais do planeta.

Votei em Marina, mas não sou Marineiro. Não aceito rótulos. Sou, em suma, eu mesmo. Complexo e livre pra pensar, discordar, contrapor e contra-argumentar, sem no entanto, reduzir o outro a algo imprestável quer pelas suas ação ou opinião.

Lamentável é ver reduzido todo esse meu esforço de consciência cidadã (que pratico intimamente, sem alarde e/ou foguetório, como tem sido a práxis infelizmente neste nosso município no qual as trevas da ignorância e ambição pessoal insistem em imperar) a um escárnio de um sujeito qualquer que se traveste de filantropo buscando tão somente um interesse mesquinho retirado do mais recôndito canto sombrio da sua psiquê doentia, alguém que parece estar sempre operando no limite da honestidade e da enganação.

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