Morno e sonolento, foi o último debate para a presidência

Morno e sonolento, é assim que os especialistas estão chamando o último debate entre os candidatos a presidente da República acontecido ontem, dia 30/09/2010.
Escolhemos este texto do site Yahoo que resume bem o que aconteceu: 

Dilma e Serra não se enfrentam; Marina cutuca tucano

O debate entre quatro principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) – começou morno, marcado pela discussão de temas básicos como previdência, saúde, criação de empregos, transporte, saneamento, habitação e funcionalismo público.

O esperado confronto direto entre Dilma e Serra não ocorreu. A principal – e breve – troca de farpas foi entre o tucano e Marina Silva. Do roteiro previsto pela imprensa, apenas Plínio cumpriu o papel, ao novamente assumir a postura de franco-atirador, distribuindo críticas aos outros três candidatos “do sistema, do capital”.

No quarto bloco o clima esquentou, com um confronto entre Serra e Marina. A candidata verde perguntou ao tucano se ele fazia uma autocrítica pelo fato de várias lideranças do PSDB e do DEM terem sido contra Bolsa Família e outras políticas sociais. O tucano respondeu falando sobre a criação da Bolsa Alimentação durante o governo FHC, e afirmando que o programa foi uma das bases para o Bolsa Família atual. “Você simplesmente não responde, não faz uma autocrítica”, disse Marina na réplica.

O tucano rebateu com uma provocação: “Marina, não use sua régua pra medir os outros. Se eu fosse usar minha régua, diria que você e a Dilma tem muitas coisas parecidas, e você estave no governo do mensalão”. Momentos antes, a própria Marina havia comparado Serra com Dilma, dizendo que ambos possuíam uma visão limitada e “desenvolvimentista” de Estado.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Dilma se viu em uma situação relativamente confortável, com o debate ameno. Pôde assim pautar suas respostas em realizações do governo, mencionando diversas vezes o Bolsa Família, a reação do governo Lula à crise econômica mundial, os recordes na criação de empregos com carteira assinada, a redução de impostos, como o IPI, e a parceria do governo federal com o governo e a prefeitura do Rio de Janeiro na criação das Unidades de Polícia Pacificadora em favelas da cidade.

“Diante da crise a gente não faz teoria, tem de ter propostas concretas e agir. Nós aumentamos os empregos, colocamos recursos para as empresas privadas manterem os empregos, reduzimos impostos. O Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro a sair”, disse a petista.

Marina Silva tentou se opor aos adversários criticando o caráter “gerencial” de Serra e Dilma, acusando-os de carência de pensamento estratégico. Apontou que o planeta passa por uma série de crises, que vão da economia ao meio-ambiente. Não deixou de elogiar programas do governo Lula, como o “Minha Casa, Minha Vida”, dizendo que pretendia ampliá-lo.

Também disparou contra José Serra (PSDB), dizendo que o tucano não fez muito pela habitação no governo de São Paulo. A candidata verde ainda questionou a situação da segurança pública no governo atual e anterior: “16 anos se passaram e continua uma situação de desespero”, disse.

José Serra falou sobre suas ações como ministro da Saúde de FHC e prometeu reduzir a carga de impostos sobre alimentos e remédios para os mais pobres. Também disse que, se eleito, vai criar uma defesa civil nacional, baseada no DF, e qualificar prefeituras e estados para combater desastres naturais como enchentes, deslizamentos e incêndios florestais.

Serra também disse que vai colocar as agências que decidem sobre reajustes a serviço do consumidor. “Não a serviço de loteamento”, afirmou. Prometeu retomar genéricos e voltar à questão das patentes. No início do debate, o tucano também reafirmou a promessa de que irá propor salário mínimo de R$ 600 e aumento de 10% de aumento aos aposentados.

Mas coube mesmo a Plínio a função de provocador, tentando fazer com que os oponentes se comprometessem com suas bandeiras, como ICMS zerado. Plínio também disse que seus adversários nunca pedem votos a seus deputados, e perguntou se os candidatos têm vergonha de seus partidos.

O candidato do PSOL ainda defendeu o não pagamento da dívida externa e o investimento desse recurso em saneamento básico. Ele se posicionou como um candidato voltado para o futuro e apelou para o eleitorado jovem. “Eu estou falando para o futuro, para os jovens. É preciso ter coragem, tenacidade, é preciso é força. É preciso falar as coisas como elas são.”
Observação: o texto anterior não é do Catinga-de-porco, é do site Yahoo

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