Irmã Josélia vence causa na Justiça contra a Prefeitura de Cristino e desabafa

No início do ano de 2005 a senhora Maria Josélia Soares de Oliveira Souza – Irmã Josélia, hoje viúva de Antônio Temporal, mas na época o mesmo ainda era vivo, foi vítima de um caso explícito de perseguição política em Cristino Castro.

Vamos aos fatos:

A Irmã Josélia é concursada como professora pelo município de Cristino Castro, concurso de 2003. Atenção, concursada para zona a URBANA. Durante os anos de 2003 e 2004 a mesma esteve à frente da Secretaria de Assistência Social de Cristino Castro, portanto estava legalmente afastada da sala de aula.

Pois bem, findo o mandato em 2004 assume o novo prefeito em 2005, a Irmã Josélia irá retornar à sala de aula. Na lotação dos professores a Irmã Josélia vê seu nome na Lagoa Grande. Analise bem, Lagoa Grande, zona rural, estrada carroçal, distando mais de 40 km da sede do município, tendo que ir trabalhar pela manhã, subindo em caminhão para chegar até lá. Esse é um exemplo clássico de perseguição política. Não sabemos se tanta vontade em prejudicar uma mulher de 55 anos (sua idade na época) partiu do próprio gestor ou de alguém que tinha muita influência perante o mesmo, mas o fato é que aconteceu.

A Irmã bateu o pé na parede e disse que não iria para a Lagoa Grande, pois estava amparada constitucionalmente. Foram dez meses de sofrimento, de tentativas sem resultado de reaver seu direito na Justiça. E atenção, no ano de 2005 a Irmã Josélia tinha dois filhos estudantes desempregados em Teresina para sustentar e seu marido já havia sido diagnosticado pelo seu médico de que tinha uma doença grave no coração e o mesmo também estava desempregado e escondia a doença da família. Nesse mesmo período a mesma pagava uma especialização numa faculdade, as mensalidades atrasaram. Não preciso entrar em detalhes, mas você pode imaginar os prejuízos que essa perseguição política fez à nossa família.

Dez meses se passaram e o gestor resolveu convocar a Irmã para a cidade: a sensatez falou mais alto ou então a administração não aguentou os comentários da população sobre essa perseguição política. Mas o ano de 2005 já era findo, um ano de puro desgaste emocional, psicológico e financeiro para a Irmã Josélia e sua família.

Depois disso a Irmã entrou na Justiça para conquistar seus dez meses perdidos e foram mais de quatro longos anos de “briga”. Há poucos dias o senhor Vasconcelos, atual presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Cristino Castro, foi até a sua casa levando a notícia de que a Justiça havia bloqueado a conta da Prefeitura e transferido os dez meses CORRIGIDOS para sua conta – VITÓRIA da Irmã Josélia, conseguiu seus dez meses, centavo por centavo, tudo corrigido. Não houve negociação como a atual gestão queria, a Justiça ordenou que fosse depositado o valor completo, teve que bloquear a conta da Prefeitura de Cristino Castro.

Me recordo de um momento em que a Irmã Josélia quis ceder à pressão e ir para a Lagoa Grande, mas meu pai (Temporal) foi sábio e disse: “não ceda, é isso que eles querem, que a gente se humilhe perante eles”. Ele não está aqui para ver essa vitória do BEM, da verdadeira Justiça contra os malfeitores, mas isso serve de exemplo para você lutar pelo que é seu de direito.

Quem é a Irmã Josélia:

nascida no Rio Grande do Norte em 1950, chegou em Cristino em 1978 como mulher do pastor Temporal da Assembleia de Deus. Participou ativamente de campanhas de vacinação, foi voluntária em vários programas, professora, diretora, educadora de fato, recebeu título de cidadania em 1995 pelos relevantes serviços e foi secretária de Assistência Social nos anos 2003 -04.

Leia o que a Irmã diz sobre este assunto:

- Irmã Josélia, a senhora foi vítima de perseguição política logo após ter sido secretária de Assistência Social. Por que será que isso aconteceu? Fale o que a senhora pensa sobre isso:

“Olha gente de Cristino Castro, eu Irmã Josélia, estava prestando um dos maiores serviços a essa cidade. Fui convocada no início de 2003 para ser a primeira secretária de Assistência Social do Município, trabalho que fiz com denodo, tendo junto comigo uma equipe verdadeiramente destemida. Fizemos a Secretária de A. S. funcionar de verdade; fizemos a primeira conferência; participamos de treinamentos em Teresina.

Com bom êxito, ajudei muita gente a se aposentar, fazendo os mais diversos documentos e encaminhando-os ao INSS e à Psicóloga da Secretaria.

Eu conheço toda a Cristino Castro, casa por casa, fiz inúmeros cadastros. Isso para mim é um mérito, queria fazer e fiz um bom trabalho. Até mesmo as contas da Secretaria foram aprovadas pela Câmara.

O PETI funcionava de verdade e as crianças faziam artesanato todos os dias e praticavam esporte, capoeira, etc. Não existiam dificuldades para lidar com a garotada, os frutos estão por aí.

Eu fui a primeira secretária de Assistência Social desta cidade. Alguém quis me prejudicar, mas eu venci e vencerei sempre porque Deus da Minha ‘Justiça’ vai ainda destruir fortalezas a meu favor. Glória a Deus. ‘Deus me fará Justiça’.”